transporte coletivo

De 80 abrigos de ônibus avaliados pela prefeitura, 22 precisam ser refeitos

Thays Ceretta

Foto: Charles Guerra (Diário)
Nesta parada da BR-287, na Faixa para São Pedro do Sul, abrigo caiu há meses e há fio solto no local

O sol forte nos dias mais quentes do verão, ou a pesada chuva que cai em períodos de instabilidade castigam quem precisa esperar o transporte público nas paradas de ônibus de Santa Maria. Nessas horas, a sombra e o teto ofertados pela cobertura das paradas deveriam ser a melhor opção, mas, em muitos locais da cidade, isso nem sequer se faz presente.  

Pontos de ônibus sucateados ou simplesmente inexistentes deixam grande parte da população sem abrigo. O Diário percorreu alguns bairros, na última sexta-feira, para verificar a situação dos abrigos. Foi visível que as paradas de ônibus não passam por manutenção há anos: há sujeita, ferrugem, bancos quebrados, ou a falta deles, estruturas tortas e em péssimas condições. Em alguns casos, os locais estão tão depredados a ponto de colocar a população em risco.

Segundo o prefeito Jorge Pozzobom, um levantamento feito com 80 abrigos de ônibus indicou que 22 precisam ser refeitos. Um desses pontos que carecem de cobertura fica na Praça dos Bombeiros, na área central da cidade. No local, a fila de pessoas com guarda-chuva era grande na sexta à tarde.

O estudante da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Leonardo Bortoluzzi, 21 anos, pega o ônibus no local há três anos.

- Às vezes, o tempo nos pega de surpresa, e temos que procurar um lugar para se abrigar - contou Leonardo.

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Quando chove, a dona de casa Honorina César Escobar, 70 anos, fica entre as poças de água e o barro que se forma ao redor da parada que deveria existir na BR-287, faixa de São Pedro do Sul.

- Eu moro na Vila Jóquei Clube e tenho que vir até a faixa esperar o ônibus. Como tu podes ver, é um horror isso aqui, a parada, que é de concreto, está no chão. Estou esperando o ônibus para ir no posto de saúde pegar remédio. Ainda bem que saí de casa com o guarda-chuva, mas não adianta quase nada - disse Honorina, ressaltando que o abrigo caiu faz meses e não foi recuperado.

Na ERS-509, a Faixa Velha de Camobi, e na RSC-287, a Faixa Nova, a falta de abrigos é antiga. Em alguns casos, as pessoas ficam no outro lado da rodovia, onde ainda existe cobertura, e se arriscam atravessando a pista quando o ônibus se aproxima.

Durante a campanha eleitoral em 2016, uma das promessas do governo de Jorge Pozzobom era fazer melhorias nas paradas de ônibus. No último aumento da tarifa, em maio, quando o valor passou de R$ 3,60 para R$ 3,90, a prefeitura definiu que as empresas de ônibus ficariam obrigadas a apresentar levantamento sobre possíveis melhorias nas paradas.

Desde então, pouco avançou. A Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) alega dificuldades para fazer esse estudo.

Foto: Charles Guerra/  Na Praça dos Bombeiros, os usuários se protegem sob árvores até o ônibus chegar

Prefeito diz ter estudo, mas ATU questiona custos

O presidente da ATU, Luiz Fernando Maffini, diz que o levantamento da situação dos abrigos de ônibus, exigido pela prefeitura, é complexo. Segundo ele, para realizar o estudo, será necessário contratar profissionais que conheçam as leis que regram a implantação de pontos de ônibus.

- Nos cabe fazer um estudo para identificar os pontos de paradas com maior fluxo, maior número de embarque de pessoas, pontos que a gente entende como importantes e necessários para os usuários. Isso demora, envolve tempo. Nós vamos ter que contratar gente para fazer isso, alguém da área da mobilidade urbana, que conhece as legislações. Além disso, não está no decreto quem vai pagar as reformas. A gente já tem feito essas trocas de informações com a prefeitura, fazemos relatório - afirma Maffini.

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Já o prefeito Jorge Pozzobom diz existe um estudo feito entre a equipe da Secretaria de Mobilidade Urbana e a equipe a ATU no começo do ano. Ainda não há prazo para o começo da reforma e da construção de novas paradas, já que a cidade conta com três tipos de pontos de ônibus cobertos - de concreto, madeira e ferro. E há as que simplesmente não existem. Pozzobom admite que a situação a que os usuários do transporte são submetidos na cidade é "vergonhosa".

- Essas paradas de ônibus são uma vergonha, é indigno com as pessoas. Quando eu vejo essas cenas, de pessoas trabalhadoras esperando o ônibus na chuva, do outro lado (da rua), porque não tem estrutura, me dói o coração - declara.

Pozzobom revela que o levantamento com 80 paradas indicou que 22 terão de ser reconstruídas. A prefeitura já tem definido o que será feito, mas ainda falta prever o orçamento das obras, incluindo reformas e reparos, e definir quem bancará os custos. 

Foto: Charles Guerra
Na Faixa Nova, há abrigo em um lado da rodovia, e nada de proteção para os usuários no outro

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